Matemática da vida

Foi um elogio. Acho. E veio do representante do Grupo Dominó Holdings no CAD, Renato Torres de Farias.

No meio da conversa informal, ele me perguntou se além de jornalista eu era engenheira. Disse que não. Claro que não. Não ficaria me submetendo ao jornalismo diário se pudesse trabalhar em algo menos estressante…

Ele explicou. Acha que tenho raciocínio lógico. O que, segundo ele, é difícil. Disse que, por isso, gostava de perder (perder?!?) algumas horas em diálogo com a blogueira. Mal sabe ele que a matemática sempre foi a linha de conhecimento que mais me cativou…

Quando menina, fazia minha prova e de outros seis alunos da turma ginasial. Como a nota não baixava dos dez, era fácil, fácil enganar o professor. E olha que sobrava tempo. Sempre era a primeira a sair da sala!…

Certo dia, o professor de física do meu curso de Magistério (e se vão anos!) resolveu fazer um problema no quadro-negro. Deu tempo para as alunas. O resultado estava no livro. Fiz, verifiquei o resultado e vi que estava certo. Pois bem. Ele começou a tentar resolver o problema. Não conseguia. Pedi licença para fazer. Ele achou estranho. Se ele não conseguia, a aluninha metida à besta conseguiria? A partir dali, deixei de ser a aluninha metida à besta…

Minha paixão por matemática era tão intensa que um dos meus padrinhos de casamento foi um professor -adivinhem?!?- de matemática!

Quando percebeu que tinha resolvido fazer jornalismo, história e teologia, ele me questionou:
– Luciana, o que aconteceu? Sempre achei que iria para as ciências exatas!…

Respondi:
– Não, não, professor. As ciências exatas são, para mim, diversão. Não saberia viver de hobby. Parti para outra área que adoro: o texto!…

… nunca soube se ele entendeu…