Agressões gratuitas

Não existe como concordar com as agressões gratuitas que o governo do Estado promove contra a imprensa e contra os ex-integrantes do Primeiro Escalão. Se a pessoa teve poder demais, as agressões gratuitas aparecem. Muitas vezes, até demoram. Surpreendente foi para mim ver que elas iniciaram agora -quase quatro meses após a exoneração -a pedido- do ex-braço direito do governador Roberto Requião (PMDB), Sérgio Botto de Lacerda. Fiel escudeiro de Requião, Botto foi sem dúvida o principal nome do Paraná na luta contra os bingos. Mas isso foi esquecido pelos integrantes do atual governo. Foi ele quem conseguiu vitórias jurídicas importantes para o Estado. Através dele, o governo pôde exibir sua competência jurídica e exportá-la para outros estados. Hoje para o Brasil.

Mas de que adiantou toda a batalha? Os louros do procurador foram apagados pelo fato dele ser hoje uma pessoa perigosa. Chamado para depor na Assembléia Legislativa sobre as transações suspeitas entre a Sanepar e Pavibras, Botto se torna persona non grata. Pode falar demais. Sabe demais. Antes que fale, inicia-se um processo de desqualificação. E através de quem? Exatamente da pessoa indicada por ele mesmo para o substituir na Procuradoria Geral do Estado (PGE). As batalhas jurídicas caem por terra e a história de amizade e fidelidade por mais de 15 anos ao lado de Requião se transformam em minutos de desmoralização e desonra.

De que adiantaram as noites não dormidas? O que falar sobre o sono interrompido durante as madrugadas pelos rompantes do governador? Botto é reconhecido internacionalmente. É chamado para falar sobre segurança pública em Istambul enquanto o Paraná sofre com a insegurança e os assaltos com mortes. Mas o governo prefere não ver as qualidades do procurador. Prefere pensar em descontruir uma história de construção ideológica respaldada pela fidelidade e pela amizade. Mais ou menos como o governo faz com a administração Jaime Lerner (repetição para descontruir). Ou o que tem feito com a mídia, em todas as reuniões do secretariado.

Canalhas! É assim que a mídia em geral é apelidada, é conhecida. Discurso, me desculpem, de pessoas que se assemelham ao adjetivo imposto!

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